Vozes do Verão #*

Senti mais um arrepio na minha pele húmida que depois daquele mergulho me deixou fria, sentei-me na rocha e varri com a mão uma pequena alga que estava colada na minha perna, esfreguei as mãos nos meus braços e peguei na toalha, enrolando-a entre o meu corpo. Não havia vista mais bela do que aquela que se apresentava à frente dos meus olhos. Anoitecia, e os traços laranja escureciam, com o passar dos segundos, a lua aparecia mais brilhante do que nunca, e as estrelas começava a cintilar, timidamente.

«Nunca pensei chegar a este ponto de uma vida e depender já do teu abraço, ou de algum outro gesto carinhoso vindo de ti, não esperei chegar e este porto e necessitar o teu corpo junto ao meu, ou aquela palavra que me sussurravas ao ouvido , fazendo o meu corpo estremecer de tanta felicidade por sentir a tua palavra doce descongelar o meu coração». Eu precisava disso, e mais uma vez, eu admitia que precisava de ti, aos pensamentos que me sussurravam e me diziam para ser franca comigo própria. Naquele momento, eu só pedia que no momento em que me virasse para trás, estivesses lá tu, para me abraçar, naquele abraço forte que só tu me sabes dar. Mas até lá, eu continuo aqui, temendo olhar para trás, e simplesmente, não ver nada.

Desabafo