Quem seria o
tal rapaz, se calhar era um qualquer da minha turma que a minha mãe não
conhecia, nem liguei, fui para o quarto e voltei a trancar-me lá. Faltavam
quatro dias para partir, pelo que o meu pai me tinha dito, e a vontade era
mínima, mas se não começasse eu a fazer as malas, não tardava a minha mãe vir
fazê-las. Então lá comecei por guardar na mala as coisas que eu não ia precisar
naqueles próximos quatro dias. Era estupidamente revoltante fazer aquilo de
novo, quando eu não quero sair dali, e o pior, é que eu devia de ir, mas eu
tinha de sair, mesmo que não quisesse, não por vontade dos meus pais, não por
vontade indirecta da Letícia, mas por mim, pelo que eu tenho de fugir, sim, eu
tenho de fugir do Rafael, eu não conseguiria viver e saber que ele lá tinha a
outra, porque, acima de tudo eu nutria um amor por ele, já ultrapassava aquela
barreira, já faria tudo por ele, mas para mim, não valia a pena lutar por algo
que não iria dar, algo que eu pensei que não iria dar.
- Estão em
casa, Gabriela, Vitória, Cristina! – Era o meu pai, um pouco nervoso da sala.
- Sim estamos
aqui. – Disse eu, enquanto corria para o quarto da minha irmã, para a levar
comigo.
- Más
notícias.
- Que más
notícias?
- Nós vamos
amanhã!
- Nós vamos
quando? Mas porquê pai? Faltam quatro dias!
- Não, amanhã,
ao início da tarde, já nos vamos embora, preparem só as vossas coisas, e vamos,
não me perguntem mais nada, Cristina, leva a tua irmã lá para dentro, faz as
tuas malas, e depois ajudas com isto. Vai ter de ser assim, não temos
alternativa.
Peguei na
minha irmã e fiz o que o meu pai me disse, mas depois não pude deixar de ouvir
a conversa que o meu pai ia ter com a minha mãe, mandei a minha irmã para o
quarto, e fiquei encostada à parede, perto da sala.
- Que foi isto
Guilherme? Não podemos ir assim.
- A Letícia
encontrou-me, estamos entre a espada e a parede, quando eu saia da empresa ela
veio ter comigo, e se não nos formos embora, ela encontra a nossa casa, o teu
local de trabalho, ela já pode saber de tudo. Nós temos de fugir.
- Por favor,
nós temos de depender sempre dessa, chega, não quero mais sair daqui, eu não
quero ter saído de lado nenhum, as nossas filhas não estão felizes, eu não
estou feliz.
- Eu também
não estou feliz, mas eu quero-vos para sempre, nem que tenha de percorrer
Portugal inteiro, nem que tenhamos de
sair do país. Tudo o que eu quero é vocês. Eu faço tudo por vocês. Eu faço tudo
pelos três amores da minha vida. – Pôs a mão no rosto da minha mãe. – Eu faço
tudo isto, porque tudo começou assim, contigo, fugíamos, eu prometi nunca
falhar como teu marido, como pai, eu não vou quebrar, eu não quero que vos
aconteça nada de mal.
Entrei no meu
quarto, e vi, que não havia mais nada a fazer, e tínhamos mesmo de ir, e o meu
pai tinha razão, comecei a arrumar tudo. Já sem pensar, eu punha tudo dento da
mala, já sem chorar, eu continuava a atirar as coisas do meu armário para cima
da cama, perto da mala.
Continua ;)
Escolhas sem retorno XXIV aqui
A terminar...
17 comentários:
Gostei muito :)
estou completamente empolgada em saber o que vai acontecer.
é um pouco como ler um livro. continua
Obrigada, também estou a gostar do teu (':
Ai adorooooo :)
adorei, continua :P
tá bonita sim , já tens aquele toque que eu gosto muito (:
Obrigada e de nada :)
ainda bem que gostas-te. obrigada (:
que lindo, continua .
Obrigada querida :)
AMEI *-*
Devia ser o Rafael :)
gostei *
obrigada querida :')
espero que tenha sido ele , e que chegue a tempo ^^
Lindo estou a amar!
cont. o bom trabalho.
kiss
muito obrigada (:
obrigada querida
Ai não acredito, será que ela se vai mesmo embora :| ? Fico á espera :o
Estou a amar :)
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