2 de agosto de 2011

Escolhas sem retorno XXV


Quem seria o tal rapaz, se calhar era um qualquer da minha turma que a minha mãe não conhecia, nem liguei, fui para o quarto e voltei a trancar-me lá. Faltavam quatro dias para partir, pelo que o meu pai me tinha dito, e a vontade era mínima, mas se não começasse eu a fazer as malas, não tardava a minha mãe vir fazê-las. Então lá comecei por guardar na mala as coisas que eu não ia precisar naqueles próximos quatro dias. Era estupidamente revoltante fazer aquilo de novo, quando eu não quero sair dali, e o pior, é que eu devia de ir, mas eu tinha de sair, mesmo que não quisesse, não por vontade dos meus pais, não por vontade indirecta da Letícia, mas por mim, pelo que eu tenho de fugir, sim, eu tenho de fugir do Rafael, eu não conseguiria viver e saber que ele lá tinha a outra, porque, acima de tudo eu nutria um amor por ele, já ultrapassava aquela barreira, já faria tudo por ele, mas para mim, não valia a pena lutar por algo que não iria dar, algo que eu pensei que não iria dar.
- Estão em casa, Gabriela, Vitória, Cristina! – Era o meu pai, um pouco nervoso da sala.
- Sim estamos aqui. – Disse eu, enquanto corria para o quarto da minha irmã, para a levar comigo.
- Más notícias.
- Que más notícias?
- Nós vamos amanhã!
- Nós vamos quando? Mas porquê pai? Faltam quatro dias!
- Não, amanhã, ao início da tarde, já nos vamos embora, preparem só as vossas coisas, e vamos, não me perguntem mais nada, Cristina, leva a tua irmã lá para dentro, faz as tuas malas, e depois ajudas com isto. Vai ter de ser assim, não temos alternativa.
Peguei na minha irmã e fiz o que o meu pai me disse, mas depois não pude deixar de ouvir a conversa que o meu pai ia ter com a minha mãe, mandei a minha irmã para o quarto, e fiquei encostada à parede, perto da sala.
- Que foi isto Guilherme? Não podemos ir assim.
- A Letícia encontrou-me, estamos entre a espada e a parede, quando eu saia da empresa ela veio ter comigo, e se não nos formos embora, ela encontra a nossa casa, o teu local de trabalho, ela já pode saber de tudo. Nós temos de fugir.
- Por favor, nós temos de depender sempre dessa, chega, não quero mais sair daqui, eu não quero ter saído de lado nenhum, as nossas filhas não estão felizes, eu não estou feliz.
- Eu também não estou feliz, mas eu quero-vos para sempre, nem que tenha de percorrer Portugal inteiro, nem  que tenhamos de sair do país. Tudo o que eu quero é vocês. Eu faço tudo por vocês. Eu faço tudo pelos três amores da minha vida. – Pôs a mão no rosto da minha mãe. – Eu faço tudo isto, porque tudo começou assim, contigo, fugíamos, eu prometi nunca falhar como teu marido, como pai, eu não vou quebrar, eu não quero que vos aconteça nada de mal.
Entrei no meu quarto, e vi, que não havia mais nada a fazer, e tínhamos mesmo de ir, e o meu pai tinha razão, comecei a arrumar tudo. Já sem pensar, eu punha tudo dento da mala, já sem chorar, eu continuava a atirar as coisas do meu armário para cima da cama, perto da mala.


Continua ;)
Escolhas sem retorno XXIV aqui
A terminar...

17 comentários:

-sofia disse...

Gostei muito :)

MS disse...

estou completamente empolgada em saber o que vai acontecer.
é um pouco como ler um livro. continua

M* disse...

Obrigada, também estou a gostar do teu (':

Dahliaw disse...

Ai adorooooo :)

Ni disse...

adorei, continua :P

- andreia pereira . disse...

tá bonita sim , já tens aquele toque que eu gosto muito (:

-sofia disse...

Obrigada e de nada :)

MS disse...

ainda bem que gostas-te. obrigada (:

martasousa disse...

que lindo, continua .

- disse...

Obrigada querida :)
AMEI *-*

silvia disse...

Devia ser o Rafael :)
gostei *

silvia disse...

obrigada querida :')
espero que tenha sido ele , e que chegue a tempo ^^

Carolina Almeida, Joana Rebelo disse...

Lindo estou a amar!
cont. o bom trabalho.
kiss

Joana disse...

muito obrigada (:

Ni disse...

obrigada querida

Anónimo disse...

Ai não acredito, será que ela se vai mesmo embora :| ? Fico á espera :o

Marcela disse...

Estou a amar :)