5 de maio de 2011

   Peguei na minha mochila e apenas enchi com coisas, que na verdade, não me faziam falta nenhuma, apenas a enchia, para saber que tinha algo do meu lado. Agarrei todo o dinheiro que estava à mão e saltei pela janela do meu quarto, que afinal não era assim tão alta como parecia.
   Fiquei um pouco á nora, tinha medo de me arrepender, mas mandei-lhe uma mensagem: " Acho que estou a cometer a maior loucura da minha vida, mas eu preciso de voltar a estar contigo, de  novo, da mesma forma, com a mesma intensidade, tem mesmo de ser !"
   Não obtive resposta, mais uma vez, já me tinha de habituar. Caminhei, caminhei, sempre pelo mesmo passeio, fiquei indecisa no caminho, eu procurava uma resposta.
   Eu tinha de arriscar, eu queria estar com ele, eu tinha de ir ter com ele. A estação de autocarros estava deserta, um frio atingiu a minha barriga «Eu só quero fazer o certo , eu tenho de resolver este assunto, eu tenho de o recuperar!»
   Entrei no autocarro, a medo sentei-me , e vi que já não havia volta a dar, já estava a arrancar, sabia que podia deixar sonhos, amizades, emoções para trás. Precisava de uma resposta da parte dele , não a obtia, o que me deixava insegura.
   "Vens mesmo, assim?"
   "Sim, eu preciso de ti, preciso de te voltar a sentir, por favor, espera por mim, eu vou contigo, se for preciso!"
   Mais uma vez, voltei a ficar sem resposta.
   Estava com medo, que o tal sonho se tornasse o eu pior pesadelo. Queria escçarecer as minhas dúvidas, as dúvidas dele. Eu só sabia que abdicava de tudo por ele. Afinal , e apesar do que estava a acontecer, ele sempre me fez rir, idealizar o mundo perfeito, eu deu-me razões para sonhar. «Só te peço que esperes, por favor.». Já estava a fica angustiada.
   O autocarro parou, corri até à tua casa. Não tinha tempo para procurar táxis, tinha de ser assim, a sua casa já se avistava, o que me deu mais força para continuar. Lá cheguei, e parei. O carro já não estava lá, as luzes estavam completamente apagadas, e o teu quadro favorito já não estava pendurado na sala, na qual se via apenas parede branca por entre a cortina da única janela aberta, com a claridade da rua.
   "Por favor, volta! VOLTA!"
   O meu grito, sofucou as minha cordas vocais, parou a minha respiração durante segundos, os meus joelhos caíram por terra, sem mais forças para continuar a lutar. Porquê, eu amo-te, sou tão parva, não merecíamos, erramos, erramos, e estamos condenados, eu preciso de ti, não, não me faças isto.
   Abri a minha mochila, cheia de "nada" , encontrei o medalhão, o medalhão sobre o qual fizemos promessas, juras, o único que sabe as nossas aventuras, os nossos momentos. Aquela pérola brilhava intensamente, no passado brilhava, agora estava triste, uma cor pálida.
   A luz fraca do telemóvel brilhou, e este vibrou.
   "A esta hora, já viste o que se passa, não estava a brincar, o meu próximo destino é o Algarve, eu sou incerto, magoei os teus sentimentos, puro egoísmo, mas o que vivemos foi amor, por ti eu ia ao fim do mundo, por ti eu dava a minha vida. Quero tanto continuar com as mesmas promessas levantadas, não me esqueço do que disse, do que prometi, mas tenho de fazer isto sem ti, eu não posso recusar o meu futuro profissional, eu não posso deixar assim, tudo por ti. O destino um dia poderá juntar-nos de novo. Amo-te. Quando voltar, volto a lutar, prometo!"
   O sonho acabou, tornou-se no meu pior pesadelo, deitei-me na relva molhada da longa madrugada, e aí chorei, gritei, e voltei a desesperar. O meu porto de abrigo desvaneceu. Fartei do meu presente, tentei a custo esquecer o meu passado, planeava no futuro fazer as malas e caminhar para bem longe, ir pelo caminho que ninguém fosse. Não havia tempo para me sentar e esperar, já não aguentava ouvir os meus pais dizerem que eu era o orgulho, porque eles não sabiam o que eu fazia, aquela que os professores defendiam e protegiam, e aquela que os amigos adoravam, metade deles nem me conhecia verdadeiramente.
   «Quero saber onde é o abismo!» Este pensamento rodou na minha cabeça, rodou, e rodou.
   Levantei-me com o rosto húmido, vermelho e inchado. Eu tinha de responder, sim, não podia parar assim.
   "Eu só precisava do teu beijo de despedida, do teu último carinho, daquele teu abraço. Só precisava de mais um momento, eu vim, eu vim, disse que vinha. Eu andei, eu corri, eu enlouqueci. Eu prometi, não me estás a deixar cumprir, foste porque? Aceito isso, mas porque é que não esperaste, para eu te abraçar mais uma vez. O destino? Se te segues pelo destino, segue sim, eu não. Amo-te, mas não esperar que venhas, depois desses 6 meses do teu sonho. Desculpa, mas eu desisto de lutar, porque já fui forte muito tempo e chega. Mais uma vez, amo-te."
   Peguei na minha mochila, e de joelhos feridos, fiz a minha jornada de retorno, em que nada de bom me esperava, os meus sonhos, tornaram-se pesadelos apenas. O medalhão azul, ficou pendurado na porta, 6 meses depois , quando ele voltar, ele lembrar-se-á de mim. Ou não.


[Inventado - Baseado em sonhos]

21 comentários:

- andreia pereira . disse...

adorei amor , sabes que eu amo histórias assim :)
puro sentimento !

ana rita disse...

gostei do "Carrega Benfica" xD

ana rita disse...

Eu também amo muito mesmo <3
oh, existem sempre pessoas com a mania de que são melhores e pronto :o

ana rita disse...

infelizmente.
adorei o teu post *.*

ana rita disse...

não tens de agradecer (:

ana rita disse...

de nada então (:

Rita disse...

AMEI!

Catarina disse...

adorei mesmo
« O meu grito, sofucou as minha cordas vocais, parou a minha respiração durante segundos, os meus joelhos caíram por terra, sem mais forças para continuar a lutar. Porquê, eu amo-te, sou tão parva, não merecíamos, erramos, erramos, e estamos condenados, eu preciso de ti, não, não me faças isto.»

Catarina disse...

obrigada :b ja t seguia

Catarina disse...

ahah no problem :)

Rita disse...

Obrigada eu querida!
A quem o dizes! Eu agora, só tento realizar os meu sonhos com um pouco de imaginação. Nunca tentar imaginar coisas e realizá-las com sonhos - isso é para os fracos.

Anónimo disse...

lindoo , amor !
continua a escrever para preencheres o meu dia com esse teu talento !!

Diana Cunha

ana rita disse...

não tanto como eu adorei este teu post, acredita *

ana rita disse...

eu gostei imenso, gosto imenso do que aqui escreves (:

Rita disse...

e os que não foram, para lá caminham. e se não caminham, deviam, por quanto mais se cresce sem se cair, pior vai ser quando houver a primeira tropeçadela e o primeiro esbarramento no chão.

- Tita * disse...

Adorei ;)

ana rita disse...

oh, eu que agradeço querida (:

ana rita disse...

* é

Sara C. disse...

Está lindo !

Lєtıs ☯ disse...

. a música é Jacob - si jeune e podes tirar os desafios que quiseres *.* obrigada por seguires +.+

Lєtıs ☯ disse...

. de nada (: